quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Boate Curral

Ele tinha 30 e decidiu sair de casa naquela sexta-feira tediosa. Achou que estava na hora de se modernizar. Ligou para a namorada. Ela aceitou o convite.
Chegaram até uma boate (estranhamente chamada de “Curral”), mostraram a carteira de identidade, pagaram horrores para entrar e ainda foram apalpados, em busca de um calibre 38, bomba atômica ou algo do gênero.
Quando entraram, analisaram aquela selva. Gente pulando, dançando e requebrando até o chão. Uma promiscuidade sem limites!

Ele foi pro bar. A namorada encontrou umas amigas. Ele começou a beber.
Cerveja por oito reais? Mas valia a pena. Sóbrio não ia dar pra agüentar aquilo tudo.
Começou na cerveja e foi subindo, até chagar ao uísque escocês. Se esquecera o que era beber. Seu fígado acostumado com bebidas de alto grau de álcool, ficara menos tolerante com o passar dos anos.

Na sua formatura do colégio, havia tomado de tudo, estava completamente bêbado. Na formatura da faculdade, bebeu pouco, mas ficou bêbado com uma facilidade incrível. Na festa do seu primeiro casamento, bebeu uma latinha de cerveja e começou a fazer um strip-tease em cima da mesa, se lambuzando com o bolo de casamento feito pela tia doceira de Ana, sua recém esposa. O casamento acabara no dia seguinte com uma carta de Ana, dizendo que se mudara pra Itália para fugir das sátiras dos amigos.
Decidiu então tomar jeito. Parou de beber! Seguiu sua carreira como engenheiro. Chegou alto na vida e arrumou uma namorada. Patrícia era linda, com seus cabelos longos e morenos. Se sentia velho, mas a partir de hoje ia se modernizar, por isso decidiu sair. Começou a beber um pouco em casa. Sabe como é, né?! Precisava reeducar o fígado.

No bar, depois de algumas biritinhas leves, estava alegrinho. Quando chegou ao uísque, seu ponto fraco, viu tudo girar. Seus pés não acompanhavam seus pensamentos.
Começou a dançar. Já estava bêbado, mas não entendia por que diabos aquelas pessoas estavam olhando para ele daquele jeito. “Nunca viram a dança da garrafa, não?”.

Começou a achar que estava um pouco alterado quando viu aquele elefante-rosa -com-pintas-verdes piscar para ele. Quando Patrícia, que estava tomando um guaraná com as amigas, viu Robert daquele jeito... Meu Deus! “Dança da bundinha, não!”, daí é covardia.
Estava tudo acabado. Pegou as chaves do carro e foi para casa. Robert levou um soco na cara depois de pedir desculpas para o barman, chamando-o de meu amor. “Tenho cabelos compridos, mas sou muito macho, meu irmão!”.

Depois daquilo, viu que a situação ficara insustentável. Decidiu ir pra casa. “Mas onde diabos estão as chaves?!”. Patrícia levara o carro. Voltou ao bar, para se desculpar com o barman, depois daquele mal entendido horroroso. O homem aceitou as desculpas. Não por vontade própria, mas para se livrar daquele papo chato de bêbado, algo como “Mas tu é o cara, tu sabe!”.

Saiu do bar. Ia descer a escada, mas esperou o banheiro fazer a curva (tudo girava). O banheiro saiu da frente e ele começou a descer. A esta altura não sabia mais andar. Tropeçou em degraus imaginários e naqueles que existiam de fato. Chegou ao andar de baixo, beijou um lindo poste ruivo e deu tchau pro elefante rosa, que estava desapontado por não ter conquistado Robert. Pegou um táxi e mando-o rodar pela cidade, pelo menos até ele lembrar seu endereço. Chegou em casa, tirou os sapatos e se deitou num tapete fofinho.

No outro dia à noite, decidiu comer uma pizza. Patrícia se mudou para Itália.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Relatos Uruguaios

Enquanto estive fora, andei escrevendo sobre a viagem num bloquinho de notas que eu achei no quarto do hotel. Escrevi em três ocasiões, que se seguem aí em baixo.

Uruguay


Parte I

Hoje é sábado. E um sábado uruguaio, porque estou no Uruguai. Sábado, dia 13, para ser mais exato.
Estou sentado no lobby do Hotel Columbia, aqui em Montevideo.
Sentado sozinho a recepção, em meio ao sotaque dos recepcionistas, ali na mesa de recepção.
Viemos para cá quinta-feira à noite. Bem, saímos do Rio Grande do Sul quinta-feira, e chegamos aqui sexta-feira, dia 12.
A saída atrasou um pouco. Culpa do motorista que não sabe matemática. Calculou errado a idade da minha prima e achou que ela tinha 18, daí não avisou que precisava de autorização do pai dela, já que ele não ia na viagem, só a mãe. Esse rolo envolveu até juiz.
Resolvido o problema, tomei meu Dramin e segui viagem.
O que me disseram que durava 6 horas, durou 13. Deveria ter desconfiado, mas não conheço muito de geografia, sabe?
Na viagem descobri algo surpreendente: não tenho o menor talento pra dormir sentado. Incrível, não? Cochilei umas 5 vezes e só. Dormir que é bom, nada.
O serviço de bordo do ônibus tava ótimo. Devorei tudo. Ah, dá um desconto, estava morrendo de fome, pôxa vida.

Fizemos duas paradas durante a viagem. Uma num posto de gasolina, outra num restaurante. Parece que o restaurante ficava em São Lourenço. Sobre o local do posto de gasolina, não sei dizer.

Chegamos em Punta Del Este com um maldito tempo chuvoso. Mas Punta é linda. Punta, e não "punta" sem "n", ok?
Fizemos um citytur na cidade e fomos almoçar. Pedimos um tal de chevitos. Era, digamos, atípico. Algo como um prato com carne, presunto, queijo, ovo, salada (alface, tomate e maionese) e carne. Arroz pra eles não existe, eu acho. Substituem arroz por purê de batatas. O único arroz que eu vi, foi mercado do porto, e era arroz de camarão. Uma paçoca amarelada nada apetitosa. Bem, voltando ao Monto Del Pizza: pagamos um horror! Não lembro quanto era. Mas era caro pra burro. Certeza.

Punta Del Este

De lá, fomos para Montevideo, onde fica o hotel Columbia. Um quatro estrelas, mas sem cobertores suficientes. Alguns passaram frio. Eu trouxe um de casa. Um homem prevenido vale por dois! Tá bom, admito que minha mãe que trouxe o cobertor.

Hotel NH Columbia

Vista do quarto do hotel

Tentei fazer a barba, no hotel. Tentei. O que parecia um trabalho simples, exigiu muita calma. A gilete que eles tinham lá era uma navalha! Impossível não se cortar. Eu me cortei três vezes no pescoço. Não pretendo mais tentar me barbear com aquela foice.
Posso até imaginar a manchete do jornal local: "Hóspede morre esfaqueado no NH Columbia, o caos se estabelece".

Ah, esqueci de contar: a nossa guia é uma mistura bizarra de Rita Lee com Supernanny.

Supernanny + Rita Lee

De noite, alguns se arriscaram a ir em uma boate. Não fui. Estava podre de cansado. Apenas dormi.
Dormi como uma pedra e acordei com o sol na cara. Situação estranhamente agradável. Acordei e fui tomar café da manhã. Reforçado, dia longo, sabe? No café, tinha um homem. Tinha seus 60 anos. Aparentava ser inglês, mas não era. Olhava para os lados e parecia desprezar aquilo tudo. Talvez porque não havia chá, ou algo assim. Levantava uma sobrancelha como um verdadeiro inglês sarcástico.

Depois do café da manhã, fomos numa tal de loja de malhas. Vans pegaram a gente no hotel e nos levaram até a loja. Por aquilo que foi falado, parecia que a loja tinha 3km², quando chegamos lá, a loja parecia uma cabine telefônica. Cheia de malhas e muita gente, claro. Não deu para ver nada, muito menos comprar. Então fomos dar uma volta pela cidade de Montevideo. Legal, mas mal cuidada. Aparência suja e nada convidativa.
Depois voltamos para o hotel de van. Na van cabe 6 pessoas. Voltamos entre 11 pessoas, mais a motorista. Agora sei como se sente uma sardinha.

Chegamos no hotel e fomos dar uma volta pelos arredores e gravamos um vídeo. Dança do Siri no Uruguai.



Mal voltamo para hotel e já saímos novamente. Citytur de ônibus. Passamos por lugares históricos, como o palácio do governo, praças e um lugar que tinha as cinzas de um cara. Não sei quem era, mas era importante, porque a guarda nacional estava lá. Vigiando tudo. Imóveis, mas atentos

Respeito à Guarda Nacional

Palácio do Governo

No citytur, foi incrível ver a quantidade de estátuas de homens montando cavalos. Mania nacional, pelo jeito.

Depois daquela visitação toda, fomos para um shopping. Nada muito bonito (ou barato). Lá tinha uma quantidade enorme de brasileiros e de pessoas usando All Star. Meninas bonitas? Só as brasileiras. Não é patriotismo, é realidade.
O Roger surpreende com seu espanhol brilhante: pediu um BigMc com fritas e coca-cola como um verdadeiro uruguaio.
Voltamos para o hotel, comi meu BigMc. A propósito, porque diabos aquilo se chama BigMc? Aquilo é "big" só no preço. Bem, tomei banho e agora estou aqui, na recepção do hotel com o pessoal que vai para um show de tango. Não vou nesse troço. Muito caro. Vou ver ainda o que vou fazer.
Antes uns caras que estavam jogando Hugby lá fora, na grama na frente do hotel, estavam subindo. Que gente feia.

Pois bem, escrevo mais outro dia.

Parte II

Estou no quarto do hotel agora. Ontem, a noite era livre. Ficamos (Eu, Roger, Jéssica e Melina) perambulando pela cidade, já que não fomos ao show de tango. Nunca fui assediado tanto. Não por meninas bonitas, mas por mendigos pedindo dinheiro.
Depois que gente voltou, o Willian (divido o quarto com o Willian, engenheiro e com Matheus, rapazinho de cerca de 11 anos) estava filmando para fora da janela, quando se ouviu gritos desesperados:
Moça: "Socorro, socorro!"
Willian: "Moça. O que se passa?!" (sotaque espanhol)
Moça: "Assalto, assalto!"
Willian: "De Verdade" (outra vez: sotaque espanhol)
Um cara tinha roubado a bolsa dela, mas deixou cair, então a moça voltou para pegar a bolsa. Bairro seguro, sabe?

Hoje é domingo. Amanhã a gente vai embora. Sairemos daqui lá por 7h30min da manhã, passaremos no Chuy urugauio, para fazer unas compritas bássicas e então, voltamos para o lar, doce lar.

Hoje o dia foi cheio. Saímos cedo e fomos para Colonia del Sacramento. Bela cidade histórica. Depois disso, fomos para um sítio. Não um sítio qualquer, mas para o sítio do maior colecionador de lápis e de chaveiros do mundo. Reconhecido pelo Guiness Book. Conhecemos a coleção e fomos almoçar. Almoçamos sola de sapato com purê. Sim, porque aquilo não era bife à milanesa nem aqui, nem na China. Mas valeu a pena a visita. Valeu porque teve degustação de geléias e doce de leite (mu-mu). Compramos um vidro daquele doce de leite. Eita coisa boa.

Señor Emilio Arenas

De volta para o hotel, resolvi tomar banho. Não tinha toalha. Grande hotel quatro estrelas. Demoraram, mas trouxeram a droga da toalha. Depois, fui jantar hambúrger. A segunda melhor comida até agora. A melhor foi o BigMc. Fui um pouquinho no computador (muito podre e lento), falar com os amiguitos distântes. Agora tô aqui escrevendo na escrivaninha , sozinho e olhando "Fantástico".
Olha, vou contar uma coisa: a caneta é muito boa de escrever. Bem baratinha (Bic), mas escreve muy bien.
Bem, melhor ir arrumar as malas. Até mais.

Parte III

Agora estou em Venâncio. Hoje é terça-feira. Ontem chegamos por volta de 1h30min, eu acho.

Saímos do hotel 7h30min. 4 horas viajando, chegamos no Chuy. Câmera e WebCam compradas, mais 4 horas de viagem. Chegamos num restaurante e comemos alguma coisa. Mais viagem e chegamos em casa. Caos total na hora de tirar as malas.
Todos sairam vivos e eu esqueci de roubar a caneta do hotel.

Bem, até a próxima viagem.

Os relatos

sábado, 13 de outubro de 2007

Direto do Uruguai 1

Em breve as novidades vindas do Uruguai :P
Atualizaria agora, mas nao tem tempo (nem acentos).
So entrei pra dar um *abre aspas* Oi *fecha aspas*.